Marquinhos Santos ressalta sinergia: “É entender o que é o América e como tem que jogar pelo América”
Técnico deu entrevista coletiva após a vitória por 2 a 1, diante do Maracanã, em partida válida pela última rodada da primeira fase
Na coletiva pós-jogo contra o Maracanã, Marquinhos Santos analisou a performance do América, destacando a importância das correções táticas no segundo tempo e a contribuição dos jogadores para a virada. Ele ressaltou a sinergia entre equipe e torcida, crucial para a vitória. Santos também comentou sobre o próximo desafio contra o Retrô, elogiando a estrutura e qualidade do adversário, e enfatizou a importância da preparação mental e física para a fase eliminatória.
O América ficou na 3ª colocação do Grupo A3 ao final da primeira fase, e enfrentará o Retrô-PE no primeiro mata-mata. O primeiro jogo será na Arena das Dunas no sábado (27) às 18 horas, e o jogo de volta, será realizado na Arena Pernambuco, no domingo (04) às 16 horas.
Avaliação do jogo
Apesar de já estar classificado, o América ainda tinha chances de obter a segunda colocação do grupo e ter vantagens nas próximas fases. Mas o técnico escolheu iniciar o jogo poupando titulares pendurados e usando a oportunidade para testar jogadores e táticas.
Era uma última situação que nós tinhamos para que pudesse observar, para que pudesse analisar alguns quesitos táticos, que pela demanda, pelo tempo não será possível trabalhar, mas que a gente tinha esse jogo para analisar.
Marquinhos Santos sobre iniciar com escalação diferente no jogo
O América não fez um bom primeiro tempo, as alterações não encaixaram, e principalmente depois da saída precoce de Ferreira aos 18 minutos do primeiro tempo, o time se desorganizou ainda mais.
– Na saída do Ferreira, o time deu uma desorganizada. Aí a gente precisa ajustar e demanda um tempinho dentro do jogo, e esse tempinho que nos complicou, que nos colocou a derrota no primeiro tempo. Tínhamos a posse, mas era uma posse improdutiva, que nós não conseguimos terminar a jogada, furar o bloqueio do Maracanã – comentou o técnico.
No segundo tempo, para tentar reverter o placar, Marquinhos promoveu a entrada de Souza e Thiaguinho, o que de fato, melhorou muito a questão ofensiva. O técnico atribuiu a virada também ao apoio da torcida, que compareceu em quase 12 mil presentes na Arena das Dunas.
O time, no segundo tempo, encontrou aquilo que precisa ser feito principalmente aqui dentro de casa, sufocou o adversário, teve uma pressão pós perda e muito disso em função do nosso torcedor, acho que tinha quase 12 mil pessoas, atenderam o pedido, se fizeram presentes, tava bacana de ver.
Adversário da segunda fase
O Retrô, adversário do América no primeiro mata-mata, terminou a primeira fase em segundo lugar, empatado com o Itabaiana (1° lugar), perdendo apenas no saldo de gols, sendo 10 do Itabaiana contra 9 do Retrô.
Coincidentemente, o time de Pernambuco terminou com os mesmos 26 pontos do América, porém com 8 vitórias, 2 empates e 4 derrotas, uma vitória a mais que o América. Ambos também empataram no saldo de gols, mas o Retrô marcou 21 gols, e sofreu 12, contra 18 gols marcados e 9 sofridos, do América.
Marquinhos Santos comentou sobre a dificuldade do próximo confronto:
– O Retrô é uma equipe qualificada, que tem uma estrutura muito boa, que se profissionalizou e vem galgando dentro do futebol pernambucano, depois nordestino, para chegar a nível nacional num patamar diferente – disse o técnico.
É uma equipe experiente, uma equipe muito boa, com jogadores já rodados também, assim como a nossa equipe. Acho que tem tudo para ser dois grandes jogos.
O clube manda seus jogos na Arena Pernambuco, que também foi palco da Copa do Mundo realizada no Brasil, e possui um “CT organizacional e funcional, um dos melhores do Brasil”, segundo o técnico do América, que já teve a oportunidade de treinar lá.
O técnico do Retrô, Itamar Schülle, é conhecido de Marquinhos Santos. Os dois, inclusive, já disputaram o título do Campeonato Estadual do Paraná. Marquinhos pelo Coritiba, e Itamar pelo Operário. Schülle levou a melhor e faturou o título do estadual de 2015.
Momento na temporada
O técnico foi perguntando sobre em que momento a equipe se encontra, se já atingiu o “estágio quatro”, em referência a outra entrevista coletiva, quando Marquinhos Santos falou que o América tinha quatro estágios para atingir na temporada, e no momento da entrevista, encontrava-se no estágio dois, segundo ele.
Não, eu diria que não. Na verdade, nós tivemos um processo, que é natural, de atraso em situações institucionais que acabaram não atingindo o nível da qual gostaria neste momento da competição.
Marquinhos complementou dizendo: “Eu diria que estamos aí no 3,5. Nós tinhamos que estar sim no estágio 4, mas para chegar nesse nível, nada que 15 dias a gente não esteja”.
Ele ainda comentou a temporada como um todo, considerando uma temporada vitoriosa para o América, principalmente se comparada à temporada passada:
– Acho que o trabalho está sendo bem direcionado, se nós olharmos a temporada, é uma temporada vitoriosa para o América daquilo que foi ano passado – e finalizou:
São 40 jogos na temporada, sete derrotas, quatro derrotas para clubes de Série A, com um jogo qualificado em que apenas o jogo do Bahia, na minha opinião, foi um jogo que nós fomos abaixo, os demais contra Fortaleza e Corinthians, nós competimos, jogamos de igual para igual.
Sinergia com a torcida
O treinador comentou a relação do time com a torcida, que compareceu mais que o dobro da média que vinha tendo nesta Série D. Foram quase 12 mil presentes na partida.
– É uma sinergia bacana. Acho que o torcedor entendeu, é normal, é natural, é um time grande, é um torcedor exigente, que não poderia ser diferente com a história do América, por aquilo que o América já conquistou dentro da sua história.
E aproveitou para parabenizar o clube pelos 109 anos de existência, completados no último dia 14 de julho:
Eu quero parabenizar a instituição pelo aniversário, são 109 anos de existência, isso é para poucas equipes. E uma história bonita.
Jogadores relacionados mesmo sem condições de jogo
Vinicius Guedes, Lucas Gabriel e Gustavo Custódio foram relacionados pela primeira vez nesta Série D. O detalhe é que os atletas ainda não estão em condições de jogo. Todos os três se recuperam de lesões.
O comandante do Mecão explicou a situação e parabenizou a ideia dos próprios atletas:
– Foi bacana ver. Como nós tínhamos um último jogo e três atletas até então não tinham sido relacionados pra partida de Campeonato Brasileiro, atletas que se lesionaram lá no início da temporada e não tiveram oportunidade. Agora eles entram numa reta final de transição, e nós entendemos que era importante, porque só faz cinco substituições, então o treinador já vai na cabeça com seis, sete situações para entrar apenas cinco. E o quanto foi importante vê-los ali, foi uma surpresa pra eles né, que nós promovemos. Eu quero parabenizar os atletas, uma ideia dos rórios jogadores, a pedido deles de incluí-los para esta última partida – explicou o técnico, complementando a importância do ato:
Pra eles sentirem essa sinergia, até para melhorar e acelerar essa recuperação delesque é muito mais mental agora, fisiológico, isso ajuda. Foi muito bacana o vestiário hoje, fiquei muito feliz com o meu grupo de atletas por esse pensamento.
Ele destacou também que os atletas fazem parte de todo o processo, apesar de estarem lesionados.
– Acho que essa sinergia de dentro pra fora e de fora pra dentro com o torcedor, acho que a química que o América precisa, independente de quem esteja no comando, independente da divisão que esteja, eu acho que é entender que esse gigante está sendo acordado, é entender o que é o América e como tem que jogar pelo América e trabalhar pelo América acima de tudo.
Virada de chave para o mata-mata
A Série D entra agora na fase eliminatória, e para ter acesso à Série C, é preciso passar por três confrontos destes eliminatórios. Para isso, é preciso ter uma mudança de atitude, quando cada partida é decisiva. O técnico Marquinhos Santos comentou essa “virada de chave” para a próxima fase.
Santos ressaltou a grandeza do América, mas também citou as dificuldades no início do trabalho, com um elenco mais enxuto, além de perder alguns atletas para lesão. Foram diversas as entrevistas em que o treinador lembrou a necessidade de contratações, principalmente após o título do estadual. Ele considerou também as competições simultâneas que o América disputava, principalmente a Copa do Brasil, quando poupou jogadores para que eles pudessem atuar nos confrontos diante do Corinthians. Por nunca ter disputado, Marquinhos admitiu não ter total compreensão do que era a Série D.
Não por culpa dos atletas, da instituição, eu faço essa mea culpa porque eu não havia disputado, até então, a Série D e fui entendendo no meio dela.
Próximo confronto
– Eu conheço muito bem o Itamar (Schülle), eu sei da maneira que o Itamar gosta de atacar, mas principalmente se defender. Então dentro dessa característica, desse xadrezinho, ele também me conhece né, a gente vai procurar tentar surpreender o Itamar nesse primeiro jogo, que vai ser importante para levar, como eu falei anteriormente, uma vantagem mesmo que mínima, para o jogo da volta, fora de casa – finalizou Marquinhos.