Fala do auxiliar André Caldas em coletiva deixa dúvida no ar
O auxiliar técnico André Caldas, que comandou o time na partida contra o Potiguar, falou em entrevista coletiva após o jogo que “onze atletas sofreram infecção alimentar”.
Já no comunicado oficial, antes da partida, o clube informou que “alguns atletas apresentaram quadro viral”. Essa diferença na fala deixa dúvidas no ar sobre qual versão é a verdadeira, ou se foi apenas uma confusão na fala do auxiliar.
Veja o vídeo na íntegra no final da matéria.
Veja abaixo a entrevista coletiva concedida por André Caldas após o jogo:
Realmente a gente vem passando por um momento difícil nessa questão de estar montando o time jogo após jogo, com os desgastes físicos, com a sequeência de jogos. Acredito que vocês já estão sabendo, mas vou passar em primeira mão para vocês, ontem tivemos onze atletas que sofreram infecção alimentar, foram ao hospital, passaram a tarde e a noite lá. Então, tivemos um grande problema para montar esse time hoje. E aí, parabenizar todos esses atletas que mesmo depois de uma situação difícil dessa, a gente olhava nos olhos dos jogadores e via que eles estavam mal de verdade, e se prontificaram, vieram para o jogo, entregaram o máximo que puderam. Mas é difícil né, você passa uma noite em claro, não bem alimentado e com desidratação, e fazer um jogo forte como esse contra o time do Potiguar, que é um bom time né, fisicamente também, então, parabeinzar a esses jogadores. Vocês viram que no intervalo a gente fez três mudanças, mudanças essas decorrentes desse cansaço, dessa desidratação, desse esforço máximo que os atletas entregaram né, mas não aguentaram o segundo tempo, então a gente teve que fazer trocas que talvez não era naquele momento que a gente faria, mas foi obrigado a fazer. Então, enaltecer demais a entrega desses guerreiros aí, onze, e é muito difícil montar um time nessa situação.
Perguntado sobre o que foi conversado no intervalo, visto que no segundo tempo o time voltou bem melhor, André falou primeiro sobre a parte física dos jogadores:
Como eu acabei de falar, a partir do momento que a gente tem atletas que estavam ali escalados e passaram por esse momento difícil, é natural que eles não estavam 100%. Consequentemente, isso impacta no rendimento deles, principalmente os jogadores de marcação, de ter que saltar, de ter que pressionar. Aí a gente baixou um pouquinho as linhas né, óbvio também por qualidade do Potiguar que teve essa posse de bola e nos empurrou pra trás. Então a orientação no intervalo primeiramente foi saber quem eram os atletas que estavam bem, que poderiam voltar para o segundo tempo. O Cauã fez muitas ações de intensidade no primeiro tempo, aí faltando dois ou três minutos pra gente voltar pro campo, o jogador literalmente passa mal, não consegue voltar e a gente tem que fazer uma mudança de imediato.
Na sequência, falou sobre o jogo em si:
A orientação é que a gente ficasse um pouco mais com a bola, cansasse um pouco mais o adversário, sustentasse mais a bola, e a partir do momento que você joga com um time que baixa suas linhas, é mais difícil entrar, então tem que ter um jogo de sustentação, estar com a bola, rodar um pouquinho mais rápido de um lado pro outro e finalizar essas jogadas quando a gente tinha oportunidade. Em alguns momentos a gente produziu, chegou próximo de fazer o gol, mas estava sofrendo contra-ataque.
Em seguida, foi perguntado sobre como será enfrentar o Corinthians, pela Copa do Brasil, tendo tantos problemas com jogadores no Departamento Médico:
É uma pergunta capciosa, mas antes do Corinthians, a gente sabia que o jogo a se fazer era o Potiguar, é o campeonato que a gente disputa, é o brasileiro. E a gente está muito focado nesse campeonato. Obviamente que o jogo do Corinthians é um jogo grande, mas pertence a outra competição. A gente tinha foco total, tanto que a gente não falava no Corinthians. Nossa conversa era focar no jogo do Potiguar, que era de suma importância, uma vez que a gente perdeu contra o Santa Cruz, a gente precisava recuperar esses pontos de qualquer forma, em casa, principalmente. A gente conseguiu fazer isso, agora sim, dá pra parar e começar a pensar nessa montagem do jogo do Corinthians, que sem dúvida nenhuma vai ser um jogo muito difícil, mas vamos ver quem está à disposição. Acho que hoje não dá pra falar muita coisa, tem que ver quem são os jogadores que vão estar recuperados a partir de amanhã, pra gente poder fechar nossa lista e viajar.
Ao ser perguntado sobre a dificuldade na construção de jogadas:
A gente teve realmente essa dificuldade inicial para trabalhar, e hoje de fato a gente vê que é o Ferrugem. O Ferrugem só tinha entrado no jogo contra o Maracanã, então é uma peça nova que está se adaptando ao sistema. Entrou muito bem, por sinal. Fez um bom jogo, mas tem que entender um pouquinho mais o modelo, no sentindo geral, não o jogador. É normal isso acontecer, aquilo que falei antes na primeira pergunta, sustentar mais o jogo, ter um pouquinho mais de posse de bola, um pouquinho mais de paciência. Acho que faltou isso um pouquinho no começo.
Sobre a colocação do Guilherme Guedes numa linha mais adiantada, Caldas comentou:
O Guedes é um lateral, mas tem muita qualidade, tem como jogar tanto na primeira linha, como na segunda linha. Tanto que o gol do Buiú parte de uma jogada pelo lado esquerdo. Aí também com o Norberto, foi uma das mudanças que também sentiu no intervalo. E lembrando para entender aqui o raciocínio, a bola parte do Guedes, que é um jogador de qualidade, então conseguiu fazer um drible bom, inverter a jogada e a gente tem a velocidade, a característica do Buiú, que todos vocês já conhecem, ele foi feliz em fazer o gol. Então, a partir do momento que a gente sofreu um pouquinho no primeiro tempo, com essa posse de bola que deveria estar um pouquinho mais, e com as trocas, a gente melhorou de fato. E aí saem os gols. O mais importante era a vitória.
Por último, foi perguntado sobre a dificuldade do time na finalização, na parte ofensiva:
Falando do Gustavo Henrique, foi um dos onze atletas que nem teve a condição de vir para o jogo. Aí a gente justifica a troca, o Giovani entrou no lugar do Gustavo Henrique.
E sobre possíveis contratações para este setor:
A questão de contratação, quem vem, quem sai, isso aí é uma questão mais do executivo, do MArcelo, de quem está responsável por essa parte. A gente pode falar da parte técnica do jogo, do futebol. Então, falando até do Giovani, que é um pouco criticado pela torcida, mas é um jogador que entrega muito pra gente na parte defensiva, é um jogador que ajuda demais, faz parte do modelo de jogo essa parte defensiva dele. Também pecou em alguns gols sim, assim como o Gustavo Henrique em outro momento também. Mas a gente tem certeza, a gente confia no jogador, ele vai voltar, e nos ajudou bastante hoje.