Marcelo Sant’ana se pronuncia sobre a arbitragem após o jogo contra o Treze
Diretor Executivo do América falou sobre a péssima arbitragem comandada por Lucas Casagrande (PR), na partida contra o Treze-PB, pela 9ª rodada da Série D
Marcelo fez diversas citações à Wilson Luiz Seneme, Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF. Pediu que fosse dada a devida atenção às outras séries, não só as Séries A e B.
Quero deixar meu repúdio aqui a arbitragem e pedir para o Dr. Wilson Seneme, Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, prestar atenção em todas as séries do Campeonato Brasileiro. Em algumas situações, a gente vê muito se debater Série A e Série B, mas tem muitos profissionais trabalhando em outras divisões do Campeonato Brasileiro e o que a gente tem vivenciado, não só o América como outros clubes na Série D, é um absurdo.
Veja o vídeo completo da entrevista.
Lucas Casagrande distribuiu, ao todo, 14 cartões amarelos e 2 vermelhos, incluindo os dois amarelos e o vermelho recebidos por Wenderson, e cartões para membros da comissão técnica.
— O árbitro aí fez uma partida desastrosa no dia de hoje, cheguei a perder a conta de quantos cartões ele deu pro América e completamente sem critério. O Buiú (Marcos Ytalo) teve uma agressão no primeiro tempo, o árbitro nem falta deu e depois um jogador do Treze monta em cima do Ferreira numa transição, também não tem falta, também não tem cartão.
— No lance do pênalti, apesar da nossa falta de felicidade ali do capitão (Souza), vocês podem ver na transmissão, se a transmissão já não comentou, o goleiro se adiantou com os dois pés fora da linha antes da batida, então tem que ser repetido o pênalti. É o que diz a regra — disse Sant’ana.
A tarefa de checar esse tipo de situação é do auxiliar, este membro da Federação Norte-Riograndense de Futebol.
Então o América não entende ou não quer entender o que tem acontecido. Peço para o Luiz Seneme prestar um pouco mais de atenção a todas as séries do Campeonato Brasileiro, se de repente ele estiver muito ocupado, ele coloque profissionais de capacidade para avaliar a competição.
Marcelo Sant’ana fez referências a falas do árbitro para Wenderson, mas não citou que palavras teriam sido ditas.
— Em algumas situações, a gente fica calado porque o que o árbitro relata na súmula é verdade absoluta. Prefiro nem comentar situações que o árbitro falou para o Wenderson antes do cartão vermelho para não dizer que a gente está levantando falsas acusações, mas fica aqui o meu repúdio.
O Treze jogou em vantagem numérica em cinco dos nove jogos nesta Série D
Em quatro jogos seguidos, contra Maracanã-CE, Iguatu-CE, Atlético-CE e América, o Treze jogou com um jogador a mais, além deste último jogo, novamente contra o América.
E quem sabe um dia o América vai ter a sorte do Treze de, em nove jogos do campeonato, ter expulsão do adversário em cinco né.
Escalas de arbitragem
— A partida de hoje, na verdade, culmina o que a gente tem visto durante algumas situações da temporada, e chega um dia que a gente tem que falar e o que eu peço é só isso, é lisura, é honestidade e é critério. Porque quando a gente joga contra o Treze na Paraíba, é Rafael Traci, um árbitro conhecido no cenário Nacional, árbitro experimentado, quando a gente vem em casa… — disse Marcelo.
O árbitro Lucas Casagrande, do Paraná, completou 24 anos no último dia 9 de junho. Nesse ano, apitou duas partidas no estadual paranaense, dois jogos do Sub-17, além de uma partida da Série C e outra da D. Marcelo Sant’ana comentou:
E hoje, eu não entendo qual é o critério da CBF de botar um árbitro que apita basicamente jogo de base no Paraná, o (Lucas) Casagrande, para apitar um jogo entre duas das principais equipes, duas das maiores médias de público da competição, e essa média de público impacta, além da pressão natural do jogo, em um ambiente de maior tensão, de maior responsabilidade.
— Nada contra o profissional que está buscando seu espaço, sua oportunidade, seu crescimento, mas tem que buscar o crescimento de maneira paulatina né, não de uma partida que tem uma dose extra de pressão, por ser duas equipes tradicionais dentro da divisão, duas equipes com título, duas equipes com as maiores médias de público do campeonato, que naturalmente aumenta a pressão. Então você quer experimentar, experimenta em jogo menor, não sei o que tenho que ensinar de arbitragem, mas de gestão, de vez em quando, a gente tem que falar pras pessoas ouvirem um pouquinho — completou Sant’ana.
Representação contra a arbitragem
Marcelo ainda foi perguntado se o América entraria com representação contra a arbitragem da partida:
Não acredito no negócio de representação não. Tenho 10 anos no futebol, com todo respeito, eu nunca vi representação produzir efeito prático. O que eu peço é transparência, seriedade, é critério na montagem da escala e no respeito às equipes.
— Em algumas situações a gente tenta falar com a arbitragem, a gente é agredido pela segurança. Eu não sou marginal, não tenho nenhum processo na justiça, nunca fui processado por ninguém. Aí você tenta se aproximar do árbitro, vem aquela arrogância de muitos árbitros, não são todos. Tem árbitros que são corteses, conseguem conversar com as pessoas. Entendo o policiamento em alguns momentos buscar uma dose maior de repressão, porque eles estão ali numa posição mais defensiva. Agora, se a gente não tiver espaço de diálogo pra gente fazer o nosso contraponto da nossa visão, a gente fala logo que é uma ditadura, que o árbitro fala e o que ele bota na sumula é a verdade absoluta e a gente fica calado sendo prejudicado e calado. Eu não acho que isso é a gestão que a CBF pretende implementar. Conheço o Ednaldo Rodrigues, o Presidente (da CBF), a seriedade, a maneira que ele trabalha e direciono ao responsável, ou ao que deveria ser responsável, que é Wilson Seneme.
— Que preste mais atenção na Série D do Campeonato Brasileiro, o senhor é o diretor de competições da CBF, não é o diretor de competições da Série A — finalizou.